Cada um tem uma
origem diferente!
"Fulano" vem do árabe fulân, que significa "tal". Com o
domínio árabe sobre a península Ibérica durante a Idade Média, a língua
influenciou os vocabulários espanhol e português. Por volta do século 13, os
espanhóis usavam "fulano" como pronome: fulana casa (tal casa),
fulano sujeito (tal sujeito).
No português,
"fulano" virou substantivo, e até derivou para a forma
"fuão" em Portugal.
"Beltrano" vem do nome próprio Beltrão, ou Beltrand, de origem
francesa, que se popularizou graças às novelas de cavalaria da era medieval. O
nome acabou levando a terminação "ano" influenciada pelo
"fulano", que a essa época já estava na boca do povo.
"Sicrano" é mais difícil de precisar sua origem. O termo surgiu quando
fulano e beltrano já estavam consolidados na língua portuguesa. Há três
hipóteses para a origem: "sicra" pode tanto se tratar de um derivado
da palavra securu, do latim, do desfiguramento de um nome próprio ou ainda de
uma mistura de zutano e citano - equivalentes a "fulano" e
"beltrano" em espanhol.
Quando queremos fazer uma referência
vaga ou genérica a alguém, ou falar de uma pessoa cujo nome desconhecemos,
geralmente empregamos as expressões fulano, beltrano e sicrano.
Já ouviu também sendo usados vocábulos como: alano, mengano, zutano, citano e perengano, mas o Vocabulário Ortográfico da Língua
Portuguesa, editado pela Academia Brasileira de Letras, com delegação legal
para listar oficialmente os vocábulos existentes no idioma, não registra mengano, citano, cicrano e perengano, o que implica dizer que tais palavras
não existem em nosso idioma;
Ora, quando se emprega um vocábulo como fulano, quer-se falar de uma
pessoa indeterminada, ou de alguém que não se conhece, ou, ainda, de alguém que
não se quer nomear. Ex.: "O fulano que atendeu não vestia o uniforme da repartição".
Se a referência é feita a mais de uma pessoa, fala-se de fulano, sicrano (e
não siclano, cicrano ou ciclano) e beltrano. Ex.: "Não me interessa se o autor
dessa estupidez foi fulano, sicrano ou beltrano".
Zutano, trata-se de vocábulo do espanhol, não do português;
Alano existe no
vernáculo, mas seu sentido é de um povo de origem iraniana, que invadiu a Gália
em 406, de modo que não pertence a este grupo de palavras.